No pequeno povoado Anel, localizado na zona rural da cidade de Viçosa – zona da mata alagoana – uma história curiosa chamou a atenção de todos. Edvan da Silva Santos, estudante da Escola Estadual Deputado José Medeiros, foi um dos mais de 100 mil alunos beneficiados com o Programa Cartão Escola 10, promovido pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc), e com o valor da bolsa, realizou um investimento um tanto inusitado.
O jovem de apenas 22 anos, arrematou uma novilha no leilão da festa da padroeira de seu povoado e, a partir disso, pretende entrar no ramo da criação de animais, como fonte de renda.
De uma família de agricultores, Edvan conseguiu cursar o ensino médio através do EJA (Ensino de Jovens e Adultos) com muita determinação e persistência. O estudante se deslocava todos os dias até a cidade de Paulo Jacinto – município vizinho – para estudar, e quando concluiu o terceiro ano em 2021, recebeu a notícia de que seria premiado com a Bolsa Conclusão no valor de 2 mil reais, do Cartão Escola 10. Segundo o aluno, ele não acreditava que receberia o benefício e, por isso, não tinha nenhum planejamento para investir o recurso.
Residindo em um povoado afastado da cidade, o sonho de Edvan era adquirir uma motocicleta como meio de transporte e, ao receber a bolsa, começou a organizar a compra do veículo. Mas o encontro entre o estudante e a bezerra parecia já estar traçado pelo destino.
Quando o povoado parou para celebrar a festa da padroeira, o animal que foi cedido para o leilão em prol da igreja católica de Anel, chamou a atenção do jovem, que enxergou no bovino a possibilidade de beneficiar toda a sua família, seja com a produção de leite ou com a futura procriação do animal.Numa realidade diferente das oportunidades do ambiente urbano, a família rural de dez filhos, sobrevive da própria plantação e trabalhos informais.
A mãe do aluno, dona Maria das Graças conta que, além do cultivo na roça da sua família, já chegou a criar animais, porém, em 2020, com um período de seca na região e dificuldades financeiras – também acarretadas pela pandemia – alguns animais morreram e outros precisaram ser vendidos, tornando a criação inviável.