Solicitada pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), presidente da CDH, a audiência teve como objetivo discutir a importância do Parlamento se envolver nessa questão. Damares, que liderou a discussão, afirmou que as demandas sobre o tema mostram a necessidade de ação por parte do Legislativo. Como pastora e ex-ministra da Mulher, ela contou ter recebido relatos de mulheres em profunda dor, muitas vezes incompreendidas por suas famílias e empregadores.
Durante o evento, Damares destacou que é relatora de um projeto de lei que propõe diretrizes básicas para o atendimento a mulheres com endometriose, atualmente em análise na CDH. Além disso, ela enfatizou a importância de políticas públicas e campanhas educativas nas escolas para conscientizar sobre essa doença, argumentando que a informação correta desde a adolescência pode reduzir o sofrimento.
A secretária Nacional de Articulação Institucional, Ações Temáticas e Participação Política do Ministério das Mulheres, Josilene Lúcia dos Santos, ressaltou a gravidade da endometriose, que pode levar até mesmo à morte se não for tratada adequadamente. Ela defendeu a união de movimentos sociais, governo e Parlamento para proteger os direitos das mulheres com essa condição.
Outros profissionais de saúde também contribuíram com sugestões durante a audiência. O presidente da Sobrapem, Eduardo Schor, apontou a necessidade de um diagnóstico preciso e um tratamento eficaz para as mulheres com endometriose, além de destacar a importância do atendimento multidisciplinar. O médico Jean Pierre Barguil Brasileiro apontou a demora no diagnóstico como um problema e defendeu a oferta de exames adequados pelo SUS. O ginecologista Norberto José Maffei Junior ressaltou a importância do diagnóstico precoce para o tratamento eficaz da doença.
Além dos profissionais de saúde, a advogada Cristiane Britto, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, compartilhou sua experiência pessoal com a endometriose, destacando as dificuldades enfrentadas para obter o diagnóstico e o tratamento adequado. Cristiane enfatizou a importância do poder público investir em campanhas de conscientização e oferecer atendimento adequado às mulheres que sofrem com a doença.
A audiência contou com a participação popular, permitindo que internautas enviassem mensagens com suas preocupações e sugestões sobre a endometriose. As contribuições abordaram desde a necessidade de acesso a tratamentos de fertilização artificial até a importância de um atendimento humanizado para as mulheres que não desejam ter filhos.
Em resumo, a audiência pública foi um espaço fundamental para discutir a endometriose, levantar questões importantes e buscar soluções eficazes para lidar com essa condição que afeta milhões de mulheres no Brasil. A união entre diferentes setores da sociedade, incluindo o governo, o Legislativo e profissionais de saúde, é essencial para garantir o bem-estar e a qualidade de vida das mulheres com endometriose.