A mulher que acusa o advogado criminalista e influenciador digital João Neto de agressão irá solicitar à Justiça uma medida protetiva e ingressar com ação de dissolução de união estável. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (17) pela advogada da vítima, Júlia Nunes. Segundo ela, há provas conclusivas da violência doméstica sofrida.
“Já conseguimos provas conclusivas de que minha cliente era vítima de violência doméstica”, afirmou Nunes. “Vamos formalizar as demais denúncias, ingressar com a ação de dissolução da união estável e requerer a medida protetiva”, completou.
João Neto está preso preventivamente desde a última segunda-feira (14), após a divulgação de vídeos em que aparece supostamente agredindo a então companheira no apartamento onde moravam, no bairro da Ponta Verde, em Maceió (AL). As imagens circularam pelas redes sociais e mostram o momento em que ele tenta arrastar a mulher para fora do imóvel. Em uma das gravações, ela aparece sendo empurrada até cair no chão, enquanto um funcionário assiste à cena sem intervir. Em outro vídeo, há vestígios de sangue no corredor do prédio. A vítima precisou levar três pontos no queixo.
Em depoimento à Polícia Civil, a mulher relatou que mantinha uma relação com João Neto há cerca de dois anos e que essa não foi a primeira agressão. Um dos episódios anteriores teria ocorrido em outubro de 2024, quando ela foi encaminhada ao hospital com ferimentos na cabeça.
A defesa do advogado nega as agressões e alega que a mulher teria caído durante a tentativa de retirada do apartamento. No entanto, a delegada responsável pelo caso, Ana Luiza Nogueira, afirmou que os vídeos analisados pela polícia confirmam a versão da vítima. “São várias imagens que, analisadas em conjunto, mostram que houve sim violência doméstica”, declarou.
João Neto, de 47 anos, é ex-policial militar da Bahia, atuava como advogado criminalista e ganhou notoriedade nas redes sociais, onde acumula mais de dois milhões de seguidores. Conhecido por falas controversas, já chegou a afirmar, em vídeos, que um homem teria o direito de agredir uma mulher, usando referências religiosas para justificar a violência.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas (OAB-AL) informou que um processo disciplinar foi instaurado contra João Neto, mas que tramita sob sigilo. Em nota pública, a entidade repudiou qualquer forma de violência contra a mulher.