O conteúdo das denúncias da racismo nos bastidores da novela “Nos Tempos do Imperador”, da Rede Globo, começam a surgir.
As denúncias, feitas no compliance interno da emissora, resultaram no afastamento do diretor artístico Vinícius Coimbra, figura central nas acusações, que foram lideradas pelas atrizes Cinnara Leal, Dani Ornellas e Roberta Rodrigues.
Segregação entre negros e brancos no set
De acordo com as atrizes, que interpretavam personagens secundários em “Nos Tempos do Imperador”, a direção do programa promovia uma segregação entre atores negros e atores brancos. Além disso, o tratamento dado nos bastidores era diferente para as estrelas negras da novela e, segundo as denúncias, Vinicius Coimbra era o responsável por esses problemas. As acusações também envolvem falas racistas do diretor artístico e de sua equipe.
Após a denúncia se tornar pública, um ator também relatou um caso de racismo dentro dos bastidores. Ricardo Lopes fez uma participação dentro da trama e afirma que foi chamado de escravo por um dos diretores. “Fiz uma participação nessa novela, meu personagem estava descrito como escravo 1 e ele me chamou de escravo pedindo pra eu me posicionar. A assistente de direção no microfone falou assim: o nome dele é Ricardo e ele nem sequer se redimiu. Na hora foi um choque porque fiquei um pouco constrangido”, disse no Instagram.
De acordo com a denúncia das atrizes, tanto Ricardo Waddington (diretor de Entretenimento) quanto José Luiz Villamarim (diretor de Dramaturgia) foram notificados pelos trabalhadores sobre a segregação, mas o comportamento da direção seguiu durante as gravações.
Coimbra estava trabalhando na direção artística de “Mar do Sertão”, próxima novela das seis da Globo, mas foi afastado. Agora, a função será ocupada por Allan Fiterman, que dirigiu “Quanto Mais Vida, Melhor!”.
A Globo afirmou em nota que não iria se pronunciar sobre o caso.
Com informações MSN.com