Ao saber da morte da mãe, que não resistiu às queimaduras causadas pelo companheiro, uma jovem de 22 anos tomou uma medida drástica ao arrombar e incendiar a casa onde a mãe foi vítima de agressões.
Passadas algumas horas, Anne Santos se diz arrependida e que agiu no calor da emoção motivada pela indignação resultado da violência sofrida pela mãe.

“Eu agi por impulso, até porque ele não trabalhava, quem sustentava a casa era a minha mãe. Tudo era dela. Não cheguei a tocar em nada de vizinhos, só nas coisas que eram da minha mãe, e eu fiz isso num momento de raiva”, disse a jovem durante o velório da mãe, em uma casa funerária no bairro Trapiche da Barra, em Maceió.
A mãe de Anne, Claudiane Maria Joventino dos Santos, teve 70% do corpo queimado pelo companheiro e foi mantida em cárcere privado sem conseguir pedir socorro durante cerca de 24 horas.”Minha mãe vivia num relacionamento abusivo de oito para nove anos, ele tentou se separar dele várias vezes, ela sofreu várias agressões e aí, nesse último caso, ele ateou fogo nela.
Eu peço justiça, que ele pague pelo que fez. Minha mãe não merecia passar por isso, minha mãe lutou até o último minuto, ela passou 22 dias no HGE [Hospital Geral do Estado] e enquanto isso, a família dele estava debochando”, lamentou.
A jovem ainda falou sobre como era o relacionamento da mãe com o companheiro, e usou usou o caso como exemplo para alertar outras mulheres vítimas de violência.
“Ela tinha dependência emocional dele, sempre caia na chantagem, ele prometia que ia mudar. Eu peço para todas as mulheres que sofrem agressão, que denunciem, não deixe isso dobrar de tamanho, olha o que aconteceu com a minha mãe. Se você sofre algum tipo de agressão, denuncie, procure algum tipo de ajuda e não deixe isso ficar barato”, disse .