Maceió, 15 de janeiro de 2025

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Ataque em campo de deslocados no Sudão resulta em mais de 100 mortes, incluindo profissionais humanitários e crianças, em meio a crescente violência no país.

Um ataque aterrador em um campo para deslocados no estado de Darfur do Norte, Sudão, resultou na morte de mais de 100 pessoas, incluindo trabalhadores humanitários, na última sexta-feira. As informações foram divulgadas por autoridades locais de saúde e destacam a crescente tragédia humanitária que assola a região. O campo de Zamzam, alvo do ataque, foi o cenário de um dos momentos mais sombrios do conflito que se intensificou no país desde abril de 2023, entre as Forças de Apoio Rápido (RSF) e o Exército sudanês.

Ibrahim Khatir, chefe do departamento de saúde do estado, confirmou que entre os mortos estavam não apenas civis, mas também profissionais de saúde e funcionários da organização humanitária Relief International. A brutalidade do ataque lança uma luz alarmante sobre a situação de segurança nas áreas afetadas, onde as ondas de violência parecem não ter fim.

Desde o início do conflito, as tensões entre as RSF, lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, e as forças armadas regulares têm gerado uma guerra de informações, com ambas as partes reivindicando sucessos em combate e controle territorial. Contudo, a verdade parece ser muito mais sombria, com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha emitindo um alerta sobre o risco iminente de surtos de doenças e o colapso do sistema de saúde, que já encontra-se à beira do desastre.

Em uma atualização devastadora, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde, revelou que o número de mortos devido ao conflito já ultrapassou 20 mil, enquanto o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) reporta que cerca de 13 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas desde o início da guerra civil, que se arrasta por mais de dois anos. Desses, quase 4 milhões buscaram refúgio em países vizinhos, enquanto os deslocamentos continuam a aumentar, com mais de 1 milhão de pessoas fugindo recentemente.

A situação no Sudão, marcada por um aumento sem precedentes de deslocados e violências brutais, exige uma resposta urgente da comunidade internacional. Com relatos de violência sexual sistemática e outras graves violações de direitos humanos, muitos dos deslocados são crianças, incluindo milhares que se encontram sozinhas. O Sudão, portanto, se configura como uma das maiores crises humanitárias da atualidade na África, evidenciando a necessidade de ação imediata e eficaz para proteger os civis e restaurar a paz na região.