Ibrahim Khatir, chefe do departamento de saúde do estado, confirmou que entre os mortos estavam não apenas civis, mas também profissionais de saúde e funcionários da organização humanitária Relief International. A brutalidade do ataque lança uma luz alarmante sobre a situação de segurança nas áreas afetadas, onde as ondas de violência parecem não ter fim.
Desde o início do conflito, as tensões entre as RSF, lideradas por Mohamed Hamdan Dagalo, e as forças armadas regulares têm gerado uma guerra de informações, com ambas as partes reivindicando sucessos em combate e controle territorial. Contudo, a verdade parece ser muito mais sombria, com o Comitê Internacional da Cruz Vermelha emitindo um alerta sobre o risco iminente de surtos de doenças e o colapso do sistema de saúde, que já encontra-se à beira do desastre.
Em uma atualização devastadora, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor da Organização Mundial da Saúde, revelou que o número de mortos devido ao conflito já ultrapassou 20 mil, enquanto o Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR) reporta que cerca de 13 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas desde o início da guerra civil, que se arrasta por mais de dois anos. Desses, quase 4 milhões buscaram refúgio em países vizinhos, enquanto os deslocamentos continuam a aumentar, com mais de 1 milhão de pessoas fugindo recentemente.
A situação no Sudão, marcada por um aumento sem precedentes de deslocados e violências brutais, exige uma resposta urgente da comunidade internacional. Com relatos de violência sexual sistemática e outras graves violações de direitos humanos, muitos dos deslocados são crianças, incluindo milhares que se encontram sozinhas. O Sudão, portanto, se configura como uma das maiores crises humanitárias da atualidade na África, evidenciando a necessidade de ação imediata e eficaz para proteger os civis e restaurar a paz na região.