Nesta reta final da campanha política das eleições gerais, uma das preocupações da justiça eleitoral são os “cabos eleitorais” que dizem possuir o controle de votos em regiões pobres e de favelas. Com o aumento da miséria no Estado [1,8 milhão de alagoanos inscritos no CadÚnico], a compra de voto ficou inflacionada. Os eleitores não querem mais saber de “presentinho”, dentadura, cerveja… O negócio agora é com dinheiro vivo.
Os eleitores não querem mais saber de “presentinho”, dentadura, cerveja… O negócio agora é com dinheiro vivo.De acordo com o analista político Marcelo Bastos, o voto, que custava entre R$ 30 e R$ 50, estaria sendo negociado pelos “cabos eleitorais” por preços que variam de R$ 200 até R$ 300. Além de assediar eleitores, os supostos cabos eleitorais abordam também candidatos com promessas de quantitativos invejáveis de votos. Não há como provar o negócio clandestino de compra e venda de votos nas áreas pobres sem denúncia formalizada.
Porém, o assunto é voz corrente nas comunidades e já chegou aos ouvidos até de analistas políticos. Os supostos aliciadores voltaram a frequentar as regiões de miséria extrema e prometem aos que se submetem ao cadastro deles: cestas básicas, material de construção, transportes para eleitores tirarem documentos em órgãos públicos, pagar contas atrasadas de energia elétrica, comprar remédios mediante apresentação de receitas e empregos. Todavia, muitos que admitem, no anonimato, a transação por conta da miséria, preferem dinheiro vivo. As ações são clandestinas e a Polícia tem dificuldade de flagrar.