Em suas observações, Trump ressaltou que a renúncia ao acordo criaria “grandes problemas”, sugerindo que a relação entre os EUA e a Ucrânia poderia ser impactada negativamente pela decisão do líder ucraniano. A questão é especialmente delicada, pois o pacto pretendia não apenas favorecer a Ucrânia no acesso a tecnologia militar e econômica, mas também garantir uma cadeia de suprimentos de metais essenciais para a indústria americana, que tem procurado diversificar suas fontes em meio a tensões geopolíticas crescentes.
A história recente das negociações entre os dois líderes é marcada por desentendimentos. Em fevereiro, durante um encontro em Washington, as conversas sobre o acordo falharam devido a divergências significativas no Salão Oval. No entanto, novos diálogos foram iniciados em março, com uma nova proposta surgindo que removeria a exigência de reembolso de uma dívida substancial de 500 bilhões de dólares. Este montante, equivalente a trilhões de reais, era visto como um entrave considerável para a adesão ucraniana ao acordo.
Zelensky havia caracterizado o entendimento sobre terras raras como um “acordo-quadro”, desprovido da necessidade de ratificação formal, o que reforçava a esperança de um avanço mais rápido nas negociações. A expectativa era que um novo acordo incluísse a criação de um fundo de investimento que facilitaria a recuperação da infraestrutura ucraniana, com os lucros sendo transferidos para um fundo sob o controle dos Estados Unidos.
A situação evidencia as complexidades das relações internacionais contemporâneas, onde interesses econômicos, estratégicos e alianças militares se entrelaçam, provocando incertezas sobre o futuro da colaboração entre Washington e Kiev. A possibilidade de interrupções nesse tipo de aliança pode ter repercussões significativas não apenas na política regional, mas também nas dinâmicas de poder globais.