Presidente da Petrobras diz não ser possível segurar preço do petróleo

Enquanto o Congresso debate uma revisão na política de paridade de preço com o mercado internacional adotada pela Petrobras, o presidente da empresa, Joaquim Silva e Luna, defendeu, nesta quinta-feira (3), que não cabe à estatal tentar segurar os valores cobrados nos derivados de petróleo e que tal medida tem potencial de prejudicar a estrutura de arrecadação interna e o próprio abastecimento brasileiro. 

“Sabemos o prejuízo que é tentar segurar preço de forma artificial. Primeiro vamos perder muitos investimentos e vamos dificultar a importação. A Petrobras, sozinha, não abastece o mercado derivado do petróleo. Mais de 30% depende de importação. No caso do gás, 50%. Então, se não houver preço competitivo, não há como o mercado ser suprido”, argumentou Luna, durante participação virtual na Latin America Investment Conference, organizada pelo Credit Suisse.

É fato que a Petrobras vive um momento de recuperação e estabilidade, com dívidas saneadas. Silva e Luna disse que essa situação dificulta o entendimento de que a atual dinâmica adotada pela companhia é a ideal, já que “dá a impressão de que ela pode, por conta própria, querer contribuir com redução de preço unilateralmente”.

Na avaliação do presidente, a Petrobras precisa se comportar como empresa privada e dentro da legalidade praticando os preços de mercado. Apesar de admitir que a Petrobras tem um papel na responsabilidade social, Silva e Luna afirmou que não cabe à empresa elaborar políticas públicas. 

A contrapartida, segundo ele, vem em forma de retorno aos investidores, sendo o governo federal o principal deles. “Em 2021, pagamos R$ 220 bilhões em tributos ao governo. De modo geral, foram R$ 73 bilhões em dividendos. Um valor muito grande, capaz de gerar emprego, políticas públicas. A contribuição que a Petrobras saudável, forte, dá à sociedade é muito grande.”

Com informações R7.com