O clima esquentou no grupo de WhatsApp da AMA, Associação dos Municípios Alagoanos, notadamente entre os prefeitos que integram a Região Metropolitana de Maceió.
Em meio às chuvas que castigam boa parte do estado de Alagoas, o governador Paulo Dantas convocou – para esta tarde – uma live para discutir as medidas emergenciais de atendimento aos desabrigados.
Só que, ainda pela manhã, a CCJ da Casa de Tavares Bastos aprovou o projeto do Palácio República dos Palmares mudando a composição da Assembleia Metropolitana – que vai decidir sobre a divisão de R$ 1 bilhão da BRK, dinheiro que foi bloqueado pelo STF.
Na prática, avaliam alguns dos prefeitos envolvidos na partilha, vai caber ao Palácio dizer como será gasto o dinheiro.
“Quero ação e não quero conversa”, protestou o prefeito Marcio Lima, de Santa Luzia do Norte, em meio ao atendimento a moradores do município, que integra a Região Metropolitana.
Depois de afirmar que não iria participar da live com Dantas, ele completou:
– Se ele quiser que venha a Santa Luzia para ajudar as pessoas que estão com suas casas e ruas alagadas.
É um desabafo, admitiu o prefeito Márcio Lima, mas justificou:
“Eu não vou conseguir pagar a folha no dia 30 com tantas pessoas no estado de emergência. Terei de escolher ou ajudar com feira, aluguel social, abrigo e refeições”.
Sobre a divisão do dinheiro da BRK, o prefeito de Santa Luzia foi enfático:
– Eu não quero esmola, quero o que é meu.
Mais sereno, o prefeito Renato Filho, do Pilar, defendeu que a Assembleia e o governador marquem “uma reunião presencial de emergência com os 13 municípios (da Região Metropolitana), de forma civilizada, para que possamos esgotar o diálogo”.
Alagoas não precisa de mais este embate, principalmente no meio de mais uma tragédia.