Um homem de 36 anos foi preso e confessou ter estuprado a enteada desde que ela tinha 12 anos até os 21 anos, em Pilar. A vítima deu à luz três filhos do padrasto neste período. O primo do estuprador, de 29 anos, também foi preso pela polícia por acobertar o crime registrando a primeira criança que nasceu do estupro como filha dele. As prisões ocorreram na manhã desta quarta-feira (6).
De acordo com o delegado de Pilar, Ronilson Medeiros, os dois homens foram presos após a Justiça expedir mandados de prisões preventivas. A mãe da menina foi ouvida no inquérito, mas não é investigada. Ela disse à polícia que vivia sob constantes ameaças.
“Nós recebemos essa denúncia de forma anônima no dia 17 de maio e demos início à investigação, confirmando os crimes. Representamos pela prisão dos dois homens, que foram presos. Ouvimos os dois. O padrasto da vítima confessou o estupro em depoimento”, afirmou o delegado.
Ronilson explicou ainda que o estuprador passou a morar com a mãe da vítima quando ela ainda era uma bebê. “Quando eles foram morar juntos, a vítima tinha apenas um ano de idade. Ele criou essa menina como pai até quando ela completou 12 anos, quando ocorreu o primeiro estupro”.
Somente a primeira criança nascida dos estupros, que hoje tem seis anos, foi registrada como filha do primo do padrasto da vítima. As outras duas crianças, uma de três anos e a outra de três meses, têm no registro de nascimento o nome do estuprador como pai.
“Pessoas ouvidas pela polícia informaram que quando o estuprador era questionado sobre a menina engravidar, ele respondia que engravidava fora e que ele assumia as crianças para que elas não crescessem sem pai”, revelou Ronilson.
O crime ocorreu ao longo de nove anos. Nesse período o homem teve outros três filhos com a mãe da vítima, com quem continuou casado mesmo depois que a enteada engravidou dele.
“Quando a menina completou 13 anos, ela engravidou. O Bebê nasceu quando ela tinha 14 anos. Na mesma época a mãe da vítima também engravidou do homem e teve um bebê, que nasceu com dias de diferença do filho da vítima de estupro. Os dois meninos têm a mesma idade”, disse o delegado.
Segundo o delegado, a mãe da vítima disse em depoimento que só soube dos crimes recentemente, mas que não denunciou o companheiro por ter medo dele. “Ela o descrevia como agressivo e possessivo. Além disso, disse que ele era o provedor da casa, em uma comunidade bem carente”.
O homem que registrou a primeira criança como filho para encobertar os crimes do primo vai responderá por falsidade ideológica e favorecimento real.
“Ele inseriu o nome dele em um documento oficial para encobrir um crime e se favoreceu disso. Não há indícios da participação dele nos estupros. Acredito que o autor dos estupros pediu para ele registrar a criança por saber que qualquer tipo de relação sexual com crianças e adolescentes até 14 anos dá ruim para o estuprador”, esclareceu o delegado.
Os dois homens presos foram transferidos para a Central de Flagrantes em Maceió e deverão ser submetidos a audiência de custódia na quinta-feira (7), quando a Justiça decide se permanecerão presos ou se poderão responder ao processo em liberdade.
