Paulo Guedes confirma dois novos programas para recuperação de empregos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que terá nas próximas semanas duas medidas adicionais para impulsionar o mercado de trabalho. A declaração foi feita à imprensa após a divulgação da criação, em maio, de 280,7 mil vagas formais de emprego pelo Caged nesta quinta-feira, 1.

A primeira das medidas adicionais é um programa de treinamento de trabalho direcionado para jovens de 18 a 28 anos, faixa etária “mais vulnerável da população” na qual chega a incidir em 40% a taxa de desemprego. “São jovens que não tiveram treinamento de trabalho” e que hoje estão “sem a oportunidade de estarem estudado”, disse Guedes.

O objetivo é oferecer novas formas de contratação do jovem no mercado de trabalho para que ele adquira experiência e melhore as chances de empregabilidade. A medida pretende aumentar a produtividade brasileira nas atividades formais por meio da qualificação dos jovens, que muitas vezes recorrem às atividades informais com a falta de oportunidades.

Bruno Bianco, secretário de Previdência, afirmou na coletiva de imprensa que o modelo ainda está em estudo, mas que “muito provavelmente” será uma conjunção do BIP (Bônus de Inclusão Produtivo) com o BIQ (Bolsa de Incentivo de Qualificação)”. “O ministro está dizendo de maneira muito correta que o BIP será pago este ano pelo governo e o BIQ ficará a cargo do empregado. Será uma soma de bolsas e bônus que comporão a renda do trabalhador”, disse Bianco.

Já a segunda se trata de “tornar possivelmente a política de flexibilização de salário permanente com o seguro-desemprego, que é outra medida que o secretário está formulando conosco”, disse Guedes. A ideia é mudar o funcionamento do seguro-desemprego e, em vez de oferecer o auxílio desemprego para as pessoas desligar, oferecer um auxílio para incentivar as empresas a contratarem por mais tempo o funcionário, a exemplo do que ocorreu com o BEm.

“A política do seguro desemprego hoje privilegia o desemprego e a empresa que demite premia o trabalhador que fica desempregado”, disse Luís Felipe Batista de Oliveira, diretor de programa da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. “Tivemos no ano passado e neste um belíssimo exemplo de se privilegiar a empregabilidade”, disse Batista, louvando o BEm. “Só para lembrarmos, no ano passado as nossas projeções falavam da possibilidade de 12 milhões de trabalhadores, que significa 30% de todas as pessoas que estão empregadas CLT nesse país”.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ainda que espera para os próximos três ou quatro meses, com os avanços da vacinação em massa e um retorno seguro das atividades, “a reanimação de setores que estavam muito fragilizados, como comércio, eventos, turismo, serviços e todos os seetores que foram abatidos durante a pandemia”.

A reabertura econômica continua propiciando a recuperação dos empregos formais no Brasil. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados na manhã desta quinta-feira, 1, apontam que o saldo de contratações acima das demissões, entre maio de 2020 e maio de 2021, foi de 280.666, número superior à expectativa dos economistas da Bloomberg, que aguardavam a criação de 150 mil vagas. Em abril, o saldo com ajuste foi de 176.981 vagas e no mês anterior de 116.423.

Apesar de os dados serem positivos, vale lembrar que eles estão restritos ao mercado formal e possuem uma metodologia diferente da realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Divulgação realizada pelo IBGE na quarta-feira, 30, mostrou que o número de desempregados no país chegou a 14,8 milhões de pessoas e continua em patamar recorde.

Em comparação com o mesmo período do ano passado, os números do mercado formal deste ano são bastante melhores. Em maio de 2021, o Caged teve o pior mês da série histórica e o saldo entre contratações e demissões ficou negativo em 860,5 mil vagas. O impacto da Covid-19, não só na economia brasileira, mas em todo o mundo, foi grande e ainda levará tempo para o mercado de trabalho atingir os níveis pré-pandemia.

Com informações Veja.com