Não temos candidatos Brastemp, nem cavalo selado. Apenas intenções no que está posto

Por Wadson Regis

Ouvi do cientista político Antônio Lavareda, que as pesquisas eleitorais não são nada menos do que pesquisas de opinião quantitativa por amostragem. O erro — e os institutos e a imprensa têm culpa nisso — é que, durante muito tempo, vendeu-se que as pesquisas eram prognósticos de resultados eleitorais. E as pesquisas de intenção de voto, como a própria palavra diz, apenas medem intenções. Intenções não são atitudes. E o voto em si, efetivamente, é um comportamento. A única pesquisa capaz de revelar uma atitude, um comportamento, é a boca de urna. Entre as intenções manifestadas nas pesquisas e o comportamento dos eleitores na urna, há a influência de uma série de fatores.

Com a credibilidade e conhecimento de Lavareda fica mais fácil compreender porque 68,8% dos entrevistados pelo Paraná Pesquisas disseram não saber em quem votar ou optaram por não responder a simples pergunta (ESPONTÂNEA): Se as eleições fossem hoje em quem o sr (a) votaria para governador (a)? O ex-governador Renan Filho, com 4,6%, recebeu mais votos que os pré-candidatos Rodrigo Cunha (3,8%), Rui Palmeira (2,2%), Fernando Collor (1,9%), JHC (0,5%) e Antônio Albuquerque (0,3%). Detalhe elementar: Renan Filho é pré-candidato ao Senado, JHC não tem possibilidade de disputar o pleito e Albuquerque mudou pré-candidatura para o Senado. Na pergunta espontânea do Paraná Pesquisas o governador Paulo Dantas lidera com 8,4%. Os que pensam em votar nulo, branco ou nenhum deles representam 8,7%.

A pouco mais de três meses para a escolha do próximo governador os alagoanos ainda não visualizam QUEM. Ou seja: na avaliação do eleitorado não temos, pelo menos nesta fase, nenhum candidato Brastemp que monte no tão sonhado cavalo selado.

Ou seja: ainda é cedo para falarmos em favoritismo, mas o sinal de alerta preocupa o líder nas pesquisas, Rodrigo Cunha, único dos pré-candidatos em queda constante em todos os institutos que acompanham a imprevisível corrida eleitoral ao Governo de Alagoas, com empate técnico entre os três pré-candidatos citados.

Collor vem aí. Com o apoio de Bolsonaro e o fã clube que o admira vai botar mais lenha na fogueira.

68,8% + 8,7% = 77,5% dos entrevistados não têm certeza em quem votar. Esse é o grande desafio para os estrategistas e seus candidatos.