Apesar do voto do ministro Mendonça, a maioria dos membros da Corte decidiu rejeitar os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e pelo general Braga Netto para afastar Moraes e Dino da votação. O placar final foi de 9 votos contra 1 a favor do impedimento de Moraes e Dino, enquanto o afastamento de Cristiano Zanin foi rejeitado por unanimidade, com um placar de 10×0.
No centro da discussão estava a imparcialidade dos ministros para julgar o caso. Mendonça argumentou que Moraes não poderia continuar na relatoria da denúncia da Procuradoria-Geral da República por ser considerado vítima da suposta tentativa de assassinato pelo plano golpista. Já em relação a Dino, o ministro destacou que ele havia entrado com uma ação contra Bolsonaro antes mesmo de integrar o STF, o que comprometeria sua imparcialidade.
A decisão do STF foi baseada em uma série de recursos e argumentos apresentados pelas defesas dos envolvidos. No mês anterior, o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já havia negado pedidos semelhantes da defesa de Bolsonaro, que contestava a atuação dos ministros Zanin e Dino no julgamento.
A denúncia contra Bolsonaro, Braga Netto e outros acusados do núcleo 1 da trama golpista será julgada pela Primeira Turma do STF no dia 25 deste mês. Se a maioria dos ministros aceitar a denúncia, os acusados se tornarão réus e responderão a uma ação penal no STF. A Primeira Turma é composta pelos ministros relatores do caso, Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, que terão a responsabilidade de analisar e julgar os desdobramentos desse importante processo.