Alagoas, teve a menor diferença de votação entre o presidente eleito eu atual presidente: Lula – 58,68% (976.831 votos) / Bolsonaro – 41,32% (687.827 votos).
Nos 1.793 municípios da região, Bolsonaro venceu apenas em 20 cidades. Destas, 13 são de Alagoas, 2 da Bahia, uma de Pernambuco, uma do Rio Grande do Norte e 3 do Maranhão. Nos outros 4 Estados (Sergipe, Ceará, Paraíba e Piauí), Lula venceu em todos os municípios.
A única capital em que Bolsonaro venceu no Nordeste foi a de Alagoas, Maceió.
É inegável no resultado de Jair Bolsonaro em Alagoas a influência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL). Em Maceió, a votação de Jair Bolsonaro aumento de 49,59% (240.053 votos) para 57,18%
(273.549 votos) do primeiro para o segundo turno. Nos demais municípios onde a vitória de Bolsonaro foi confirmado, Arthur Lira foi o mais votado ou o segundo mais votado deputado federal no primeiro turno.
JHC e Arthur Lira emergem como principais lideranças de oposição ao grupo do governador Paulo Dantas, que tem como principais aliados o senador Renan Calheiros, o senador eleito Renan Filho e o presidente da Assembleia Legislativa deputado estadual Marcelo Victor, todos do MDB – assim como ele.
Com uma forte base partidária (PP, PL e UB, entre outras legendas), Arthur Lira e JHC devem definir em breve se continuam formando um mesmo grupo político ou se marcharão, cada um em seu quadrado.
No momento, Lira se concentra na sua reeleição para a presidência da Câmara dos Deputados e passa a ter papel fundamental na interlocução com o governo do presidente eleito Lula (PT). Seu prazo é menor. A eleição na Câmara dos Deputados ocorre daqui a três meses.
JHC, apesar da votação expressiva que deu a Rodrigo Cunha (UB) e Jair Bolsonaro em Maceió, terá de rearticular sua base política, de olho na reeleição, que ocorre daqui a dois anos. Deve abrir diálogo com parte da bancada federal e estadual que fará oposição em Alagoas e no Brasil, além de buscar a recomposição de sua base na Câmara de Vereadores de Maceió. Mas essa é outra história.