Profissionais demitidos pela Organização Arnon de Mello (OAM), o maior grupo empresarial da área de comunicação em Alagoas, iniciaram movimento para garantir o pagamento de suas indenizações.
Em processo de recuperação judicial, as “Gazetas”, empresas de propriedade do senador Fernando Collor, devem a cerca de 100 trabalhadores, entre eles jornalistas, radialistas, publicitários e outras categorias do setor.
Com o apoio das entidades de classe, como o Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (SindJornal), os credores não aceitam a redução, superior a 65%, dos valores a que têm direito. Essa foi a proposta que a OAM, por meio da empresa de consultoria empresarial Lindoso e Araújo Ltda, apresentou judicialmente para quitar dívida de R$ 36.371.678,29 que tem com seus ex-funcionários. O débito total das Gazetas é de R$ 65.103.380,41.
O grupo devedor é formado pelas empresas TV Gazeta de Alagoas Ltda, Rádio Gazeta de Alagoas Ltda., Gazeta de Alagoas On Line Ltda, Gráfica Editora Gazeta de Alagoas Ltda, Rádio Clube de Alagoas Ltda, OAM Publicidade, Consultoria e Organização de Eventos Ltda, TV Mar Ltda, Gazeta de Alagoas Ltda, e a Organização Arnon de Mello Assessoria e Administração Empresarial Ltda.
Demissões e calote
Em agosto de 2019, depois de demitir dezenas de funcionários e não pagar os direitos trabalhistas, a Organização Arnon de Mello entrou com pedido de recuperação judicial na 10ªVara Cível da Comarca de Maceió. Desde então, os trabalhadores aguardam por uma proposta digna de pagamento da indenização a que têm direito.
Segundo dirigentes do Sindjornal, os credores trabalhistas cobram uma resposta do senador Fernando Collor ao débito que suas empresas têm com as diversas categorias de profissionais da comunicação.
O grupo empresarial Arnon de Mello atua no ramo de publicidade para TV aberta, TV fechada, radiodifusão, jornal impresso, jornal digital e web. Sua história começa no ano 1934, sendo destaque na comunicação em Alagoas e no Nordeste.
Afiliada ao Grupo Globo, considerado o maior conglomerado de mídia e comunicação do Brasil, a Organização Arnon de Mello chega aos tempos atuais sendo cobrada por trabalhadores demitidos sem o pagamento das devidas indenizações.
Em seu auge, a OAM empregou cerca de 700 funcionários diretos.
A empresa Lindoso e Araújo Consultoria Empresarial informa em seu site que a Recuperação Judicial da OAB/Gazetas “visa promover a superação da crise e o reequilíbrio das atividades empresariais provendo a continuidade da empresa, mantendo, assim, a realização de suas funções social e econômica”.