A Câmara Municipal de Maceió realizou, na tarde desta quinta-feira (24), mais uma audiência pública para tratar de interesses inerentes à população. Proposta pela vereadora Teca Nelma, o tema em debate discutiu o uso da Cannabis para fins medicinais no município de Maceió.

A parlamentar fez questão de explicar que a audiência pública foi mais uma demonstração de esperança para mães, pais, cuidadores e pacientes que lutam pelo acesso à saúde para poder fazer uso da medicação de cannabis com a finalidade medicinal.
“Não tratamos nesta audiência pública sobre uso recreativo da cannabis. Precisamos atuar juntos para construir um debate com responsabilidade sobre o uso medicinal da cannabis em Maceió, de forma segura, com bases norteadoras na ciência e garantida pelo Sistema Único de Saúde [SUS]. Também é válido destacar que está em tramitação na Câmara o Projeto de Lei nº 20/2025, que propõe a criação de uma política municipal para regulamentar o uso medicinal da cannabis.As terapias com derivados da cannabis já são utilizadas no tratamento de uma série de condições clínicas como epilepsia refratária, dores crônicas, autismo, Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla e transtornos de ansiedade. No entanto, o alto custo e a ausência de políticas públicas amplas têm impedido que muitas famílias tenham acesso contínuo e digno a esses tratamentos. Por isso, a necessidade de garantir esse direito”, argumentou a vereadora.
O médico e psiquiatra, Jimy Ramos, que atua profissionalmente prescrevendo aos seus pacientes medicamentos como o Canabidiol, destaca que as pessoas diagnosticadas com depressão, crises de pânico, transtorno de ansiedade e Transtorno do Espectro Autista, por exemplo, apresentam benefícios à saúde após o uso de medicamentos da cannabis. Para ele, é preciso fortalecer a luta pelo acesso à medicação que tem se mostrado eficaz nos tratamentos.
Mãe de dois filhos com Transtorno de Espectro Autista, Paula Marques fez um relato importante sobre a evolução e melhora de seus filhos após a utilização de medicamentos com cannabis. Situações como agressividade e ansiedade foram reduzidas ao máximo. “Meus filhos são a prova de que as medicações funcionam e por isso, seguimos defendendo o acesso responsável”, complementou.Também contribuíram com a audiência pública a vereadora Jannyne Beltrão; vereador Jônatas Omena; o defensor público estadual, Marcelo Arantes; o desembargador do Tribunal de Justiça de Alagoas, Tutmés Airan; advogado Lucas Sobral, que representou a Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas (OAB); representantes da sociedade civil organizada, associações e entidades.