Amazônia perde o equivalente a 3 cidades de São Paulo em madeira


Relatório inédito da rede Simex conseguiu mapear por meio de imagens de satélite o tamanho do território explorado

Extração de madeira amazônica atinge área equivalente a três cidades de São Paulo

Extração de madeira amazônica atinge área equivalente a três cidades de São Paulo

VICENTE SAMPAIO/IMAFLORA

Levantamento inédito feito pela rede Simex, que é formada pelas organizações ambientais Imazon, Idesam, Imaflora e ICV, divulgado neste domingo (5), quando se comemora o Dia da Amazônia, aponta que a área de extração de madeira da Amazônia é o equivalente a três cidades de São Paulo. Em um ano a floresta perdeu 4,64 mil km² de madeira, mais da metade apenas em Mato Grosso.

A rede fez o monitoramento por meio de imagens de satélite entre agosto de 2019 a julho de 2020. Pesquisadores observaram a exploração de madeira na Amazônia e também buscaram informações sobre a legalidade dessa extração, mas não conseguiram ter acesso aos dados em 7 dos 9 estados que compõe a Amazônia Legal.

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O levantamento envolveu sete dos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima, que concentram praticamente 100% da produção de madeira. Apenas Mato Grosso e Pará apresentam dados abertos sobre as áreas em que é possível retirar madeira de forma legal. 

Vegetation burns in Brazilian Amazon rainforest, in Apui, Amazonas state, Brazil, September 4, 2021. Picture taken September 4, 2021. REUTERS/Bruno Kelly
A bird flies as smoke from burning vegetation rises in Brazilian Amazon rainforest, in Apui, Amazonas state, Brazil, September 4, 2021. Picture taken with a drone September 4, 2021. REUTERS/Bruno Kelly
Vegetation burns in Brazilian Amazon rainforest, in Apui, Amazonas state, Brazil, September 4, 2021. Picture taken September 4, 2021. REUTERS/Bruno Kelly
  • Neste domingo, dia 5 de setembro, é celebrado o Dia da Amazônia. A data comemorativa acontece desde 2008 e foi instituída pela lei federal 11.621/2007, com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da maior reserva natural do planeta

No estudo, os pesquisadores destacam que pelo menos 11% das extrações ocorreram em áreas protegidas, onde a extração é proibida: 6% em unidades de conversavação ambiental e 5% em terras indígenas. 

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O Parna dos Campos Amazônicos (AM) foi a unidade de conservação de proteção integral, onde a exploração é proibida, que teve a maior área mapeada, de 9 mil hectares. Os territórios indígenas com as maiores áreas exploradas foram Tenharim Marmelos (AM), com 6 mil hectares, Batelão (MT), com 5 mil hectares, e Aripuanã (MT), com 3 mil hectares.

Degradação

Os pesquisadores observam que a exploração madeireira pode provocar a degradação florestal, que é um dano ambiental diferente do desmatamento. Na degradação, a floresta é continuamente empobrecida por distúrbios, como no caso da retirada de madeira sem planos de manejo.

O empobrecimento da floresta ocorre com a redução da biomassa florestal, da biodiversidade e dos estoques de madeira comerciais.

Já o desmatamento é quando ocorre o chamado “corte raso”, a remoção completa da vegetação, que pode ser feita com objetivo de converter a área em pastagem, lavoura ou garimpo, por exemplo.

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