Os brasileiros se deparam nesse início de ano com reajustes de 20%, 30% ou até acima disso. O forte aumento do Imposto sobre Propriedades de Veículos Automotores reflete o comportamento incomum do mercado de veículos usados em 2021.
No ano passado, o valor dos usados subiu em média 22,54%, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), cuja tabela serve de referência para a cobrança do imposto.
Segundo Milad Kalume Neto, da Jato Dynamics, consultoria especializada no mercado automotivo, esse fenômeno atípico dos carros velhos ficando mais caros se deve a uma combinação de fatores: falta de semicondutores (matéria-prima), aumento de preços das commodities, encarecimento do frete marítimo e alta do dólar.
Diversos desses fatores são uma decorrência direta dos desarranjos provocados na economia mundial pela pandemia do coronavírus.
“Os preços dos carros 0km subiram muito em função de um cenário internacional. Tivemos uma escassez de semicondutores que limitou a produção. E aí, em função da lei de oferta e demanda, os preços dos veículos novos acabaram subindo”, diz Kalume Neto.
Em 2020, a produção nacional de veículos caiu 31,6% em relação a 2019, para pouco mais de 2 milhões de unidades, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Em 2021, até novembro, o setor estava longe da recuperação completa, com um aumento de produção no acumulado do ano de 12,9%. Considerando apenas o segmento de veículos de passageiros, no entanto, a produção continuou em queda de janeiro a novembro de 2021, de 2,8%.
Com informações BBC